sexta-feira, 22 de julho de 2011

AÇORES DIA 4 – “PEIXE BURRO”...


A segunda-feira chegou com um tempo excelente. Pouco vento, temperaturas agradáveis e o sol a fazer companhia quase permanente. Aproveitamos estas condições com uma ida até à praia do Porto Pim, na cidade da Horta, a única com areia, ainda que bastante escura. Deu para recuperar do esforço, rir de alguns episódios já vividos e perspectivar a sessão de pesca da tarde. Todos tínhamos grandes expectativas quanto ao facto de irmos fazer o pôr-do-sol a pescar...

O Luís decidiu não andar muito e colocou o barco no canal imortalizado por Vitorino Nemésio, que separa as ilhas do Faial e do Pico. Os três mais jovens do grupo começaram a faina agitando vigorosamente os seus jigs, mas os resultados voltaram a não ser satisfatórios, pelo que passado algum tempo, pedimos ao skipper que ancorasse a embarcação para todos pescarmos ao fundo. Foi uma boa decisão, dado que conseguimos capturar alguns bons exemplares de pargos, abróteas, garoupas e algumas moreias. Esta acção de pesca foi prejudicada pela presença em grande número de bogas que atacavam os iscos, inviabilizando os ataques de outros peixes mais desejados. Com anzóis grandes, as bogas desfaziam os iscos com grande facilidade e rapidamente. Particularmente visado pelas bogas, o Paulo Peixoto contabilizou as suas capturas de bogas – 11 no total. Nada mau para alguém que nunca tinha pescado no alto mar!

Com a aproximação do pôr-do-sol, o Pedro, o Rui e o João voltaram ao jigging, enquanto eu e o Paulo fazíamos na proa alguns lançamentos com amostras. “Trabalhávamos” por turnos – cinco a dez lançamentos para cada um, alternadamente. O Paulo lançou então uma profecia – só peixes muito estúpidos é que se lançariam atrás de uma amostra que corria à superfície, isto num local com uma profundidade média superior a 60 metros...

A verdade é que as bicudas se mostraram particularmente activas e todos nós sentimos o prazer de fisgar um exemplar, sentir a sua força e determinação no momento de o recolher para dentro da embarcação. Foram bons momentos de pesca, mas merece destaque especial o episódio vivido pelo Paulo. A dada altura estava sozinho a pescar na proa quando o ouvimos a dizer, em tom sarcástico e ao mesmo tempo admirado: “Peixe burro, peixe burro”! Prestamos mais atenção e vimos que tinha fisgado um bom exemplar ao spinning e que a cana sofria violentos sacões da bicuda. O peixe veio para dentro do barco, para satisfação de todos...

O seu exemplo inspirou-me a mim, que pouco depois tirei o meu primeiro peixe a pescar ao spinning e ao próprio Pedro, que de seguida conseguiu fisgar mais duas bicudas.

E não deu para mais, porque a noite já tinha caído completamente... O que valeu foi que a viagem até à Marina foi de curta duração.



1 comentário:

  1. Ora vou ter de largar o bitaite como quase sempre!
    Deste relato tenho de destacar o Grande Peixoto!
    Que senhor da pesca! Faz lembrar o velho sketch da Rua Sésamo em que o Egas conseguia pescar a chamar o peixe... o nosso amigo Peixa-peixa insulta o peixe e este em resposta é apanhado...ololo
    Grande abraço para todos e em especial ao grande peixa-peixa...olol
    Xinante Atmosférico

    ResponderEliminar