domingo, 10 de julho de 2011

Pela boca morre o peixe

Pela boca morre o peixe, não é? Sempre disse que resistia bem ao enjoo, ao contrário do Pedro que se “enfrascava” de medicamentos... Pois bem, tive a paga merecida – hoje coube-me a fava! Só saímos para o mar muito tarde, cerca das 11 horas, por causa do vento e da chuva. O mar estava difícil, com ondas de quase dois metros, e bastante agitado. A viagem para o pesqueiro foi demorada, quase duas horas, porque tínhamos vento pela frente. Mesmo em movimento comecei a sentir-me mal e lembrei-me logo da asneira feita no jantar anterior –tinha ido com a minha mulher comer uma francesinha! Quando finalmente lançamos âncora, a má disposição aumentou e senti suores frios. Mesmo assim comecei a pescar e a tirar alguns carapaus bem grandes, mas a determinada altura avisei de que ia parar daí a alguns minutos e deitar-me na proa. O Pedro reparou que eu estava um pouco branco e insistiu que tomasse um dos comprimidos de Ondansetron. Antes que cedesse aos vómitos, acedi e lá tomei o comprimido, que se revelou de facto muito eficaz – em 15 minutos fiquei como novo, para o que deve ter também ajudado uma lata de Coca Cola Zero... Apesar do mau começo, o resto do dia foi muito agradável – o tempo foi melhorando e a companhia era óptima. Só foi o Pombal, um indivíduo excelente, de trato muito fácil e que me cativou logo no primeiro instante. Quanto à pesca propriamente dita é que foi um desastre! O que mais saiu foi carapaus, que adoro grelhados com molho verde, o Pedro ainda sacou um goraz, eu também tirei um ruivo. No final, as opiniões dividiam-se – o meu filho reclamava vitória, porque tínhamos ido aos gorazes e ele tinha sido o único a pescar um exemplar, e eu auto-proclamei-me vencedor, porque tinha tirado mais peixe sozinho do que os dois outros pescadores juntos! Um dos melhores momentos do dia ocorreu quando o Pedro pôs uma cana com um anzol à deriva, iscado com uma sardinha inteira, para tentar fisgar uma tintureira, espécie de tubarão muito habitual nas nossas águas. A verdade é que teve dois ataques que fizeram “cantar” a embraiagem do carreto, mas que terminaram sem ferragem. Mas ajudaram a aumentar a pulsação...O regresso a terra aconteceu já passava das 19,30. Ainda tivemos de lavar o barco, pelo que só saímos de Viana depois das 20. Acabei por jantar com o meu filho. Comemos dois hamburgueres espectaculares, acompanhados de uma sobremesa deliciosa de bolo e gelado...E agora, cheio de sono, e todo moído, cá estou a contar, com todo o gosto, as minhas aventuras. Amanhã vou almoçar carapau grelhado ou assado. Pela minha parte deixei tudo limpo e arrumado na garagem – as canas estão prontas, a arca lavada e guardada, e o peixe colocado no congelador. À espera de nova aventura, marcada para de hoje a uma semana na bela ilha do Faial!

7 comentários:

  1. Por este belo relato facilmente se constata que te andas a alimentar mal!
    Pela boca morre o peixe, pela "letra" morre o "músico", e pelas refeições à patrão se lixa o pré-diabético!

    PÕE-TE FINO!

    Ahahahah!

    Beijão!

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  2. Olá a todos,

    belo relato, feiro por uma pessoa que domina a arte de bem escrever e que facilmente nos transporta para longe do computador e bem perto das experiências vividas.

    No que a factos diz respeito, o enjoo, é muito ruim e sofro do mesmo mal. Dificilmente não sinto a má disposição. Costumo comer bananas, não ajuda à má disposição mas são mais fáceis de deitar fora (risos).

    Estou "colado" para saber noticias da incursão no Faial.

    Votos de boa viajem e de óptimas pescarias.

    Um Abraço

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  3. Boas amigos.
    Á mais marés que marinheiros.
    So falta uma semana ahahahahahahahahh
    Valadas.

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  4. À dias assim Sr.José,ainda bem que recuperou a tempo antes de o Gregório aparecer!
    Pena foi o peixe não comparecer como da última vez que fui pescar com o Mestre Pombal,ai de certeza que não tinha tempo de enjoar!
    Mais um belo relato de quem sabe escrever como ninguém,mesmo assim parabéns aos 3 meus amigos...
    Abração
    Urubu

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  5. Apesar das ameaças de deitar carga ao mar a coisa ficou tranquila com a medicação e deu pra pescar.
    Acima de tudo, o mais importante é o convivio.. pena o Augusto não estar aí.
    Esperam-se mais relatos das novas aventuras que se avizinham nas ilhas Açoreanas.
    Grande abraço Sr.Cruz (sem enganos)

    Sérgio Silva

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  6. Mais um belo relato Cruz, apesar da pouca pescaria. O Gregório iria decerto estragar a jornada eheheheheheh. Ó Zé Pedro, gostei do "Põe-te Fino" hahahahahahahaha. Abração. Cabé

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  7. Ora bem, já muito foi dito, mas ainda não lhe disseram o mais importante: pelo que relatou o sr. José ganhou o Título de Rei do Carapau...ololol e isso com ou sem enjoo ninguém o tira...ololo
    abração
    Xinante Atmosférico

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